Tag Archives: Memória

Semana de Comunicações da UFC recebe resumos

28 jan

Interessados em apresentar comunicações e pôsteres na VI Semana de Humanidades da UFC, de 27 a 30 de abril, têm até o dia 2 de fevereiro para enviar os resumos por e-mail.

O resumo do texto deve ter, no máximo, 1.500 caracteres com espaços, espaçamento entre linhas simples e três palavras-chave. Deve ainda conter objetivos, metodologia adotada, resultados e/ou considerações finais. Tudo deve ser enviado para o endereço : trabalho.6shumanidades@gmail.com

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A memória do cinema nas ruas de Fortaleza

28 jan

 

A história e o glamour dos cinemas de Fortaleza em Percursos Urbanos

Um tour pelas histórias e memórias dos antigos cinemas de rua com Christiano Câmara

Fachada do antigo Cine Majestic

Fachada do antigo Cine Majestic

Percorrer a memória da cidade através dos antigos cinemas de rua de Fortaleza é o foco da viagem transportada pelo projeto Percursos Urbanos, do coletivo Mediação de Saberes, em parceria com a Vila das Artes, equipamento vinculado à Secretaria de Cultura da Prefeitura de Fortaleza. O tour será conduzido pelo pesquisador e historiador Christiano Câmara e tem saída marcada para às14h desta sexta-feira, dia 30, da Vila das Artes (rua 24 de Maio, 1221, Centro).

O projeto é destinado aos alunos do Pontos de Corte, projeto de formação de agentes culturais e exibidores independentes da Escola Pública de Audiovisual da Vila, mas está aberto à comunidade. Interessados em embarcar pela história que alimentou mudanças e transformações devem entrar em contato até esta sexta-feira, pelos telefones 3252-1444, ou 3105-1404. O percurso será realizado por um ônibus de linha e é gratuito. O retorno está marcado para às 17h30.

No roteiro, paradas estratégicas como no Museu do próprio pesquisador Christiano, onde contém mais de 20 mil peças em sua coleção, incluindo discos de vinil, fotografias, revistas e enciclopédias. Outro destino é o Cine São Luíz, localizado na Praça do Ferreira, coração da cidade. As obras do prédio tiveram início em 1939 e foram concluídas em 1958. O ônibus prosseguirá por lugares que no espaço físico ocuparam, no passado, suntuosos prédios “regados” ao glamour das décadas do início do século, como o Cine Majestic e o Cine Moderno. Ainda no roteiro os Cines Nazaré e Seu Vavá. E aos olhos do passado filmes são projetados contando a história de importantes cinemas de Fortaleza marcados pelo tempo e suas transformações.

Serviço:

Percursos Urbanos na Era Do Cinema – dia 30, das 14h às 17h30, com Christiano Câmara. Informações na secretaria da Vila das Artes, rua 24 de Maio, 1221, Centro ou pelos telefones 3105-1404 ou 3252-1444. Apoio do Banco do Nordeste. Grátis.

Fonte: Release do Vila das Artes

Uma espera tipográfica ou sobre como apagar lentamente os sonhos da escrita

24 jan
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Um flagrante de uma quase leitora em potencial

O sentimento seria o mesmo.  O sentimento seria REALMENTE o mesmo?  – Difícil precisar até para si mesma, nem mesmo procurando pelas reminiscências. Como saber que sensação teria  naquela época, após passados quase 20 anos ?  Que sabor doce, quantas batidas no coração, o brilho no olho pela conquista.

Para alguns poderia parecer algo tão ínfimo. Para ela não, relíquia pura, um desses tesouros sem preço definido em que se mostra aos amigos com orgulho. No entanto, com certos cuidados como não trazer à tona na hora das refeições, como durante o café para que ninguém ouse engordurar de manteiga ou sujar. Vá entender o valor de um jornal.

Quantas noites pediu ao Papai do Céu que fosse naquele domingo.  Acordava cedinho e pegava o jornal,  sobre a grama  do jardim.  E em um ímpeto egoísta, não anunciava a ninguém que o jornaleiro já passara. Simplesmente rasgava o saco plástico, ainda sentada na calçada  e  procurava pelo suplemento infantil.   Em vão. Uma paciência de Jó lhe faltava.  Quase um ano de espera e uma esperança miúda por demais, apertava por dentro. Tanto que só saiu publicada a redação, quando a pequena já descansara o entusiasmo. O que não a impediu de ter essa felicidade em mãos e guardada pelos olhos dentro do coração.

O texto escrito em caligrafia cuidadosa veio ao mundo em uma tarde de sábado, durante um concurso de Redação no Shoping Iguatemi. Tempos longínquos, final dos anos 80! Mas, foi algo que a marcou. Levou algum tempo para redigir, pensar nos diálogos,  buscar as palavras. Talvez a mãe tenha ido às compras e deixado a menina ali por enquanto, onde já se viu quebrar tamanha inspiração?

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Aonde sua determinação te leva?

21 dez

 Com a mala cheia de sonhos em mãos, despediu-se dos pais e partiu para o Sul Maravilha. Esta poderia ser mais uma história de um jovem fugindo das intempéries do sertão cearense em busca de melhores condições de vida. Uma determinação que muitos tentam explicar falando que o “sertanejo é um forte”, que não  acomoda diante da seca luta pela sobrevivência até o fim. 

Entre tantos Pereiras, Valmir nasceu em Cariré a 300km de Fortaleza e conseguiu trocar a rapadura com farinha pelo caviar e os melhores vinhos .  Hoje ele é sommelier e sócio do D´Amici, restaurante no Rio de Janeiro, que vende até 1.400 garrafas de vinho por mês.

Uma história com tantos percursos e que nos dá orgulho, como mostra o perfil “Do Cariré ao caviar”, publicado no blog Poder da Mesa de Lydia Medeiros.  E em breve  a trajetória chegará as prateleiras das livrarias. O conterâneo e poeta  Cláudio Aragão foi o ghost-writer desta história de sucesso.

Ir tão longe, se ver e ser do tamanho dos própios sonhos me faz lembrar a também cariréense, profa. Adísia Sá. De família humilde e cheia de sonhos foi à luta até encontrar seu lugar no mundo. Seu trajeto, no entanto,  mais curto, foi a Sobral e terminou em Fortaleza onde mora. Viajou por algumas cidades do mundo, plantou e colheu frutos como jornalista, função que desempenha há mais de 50 anos.  [ Sem esquecer que é também professora, palestrante, articulista  e comentarista]. Venceu preconceitos, foi a primeira mulher cearense, formalmente a trabalhar em uma redação de jornal no estado. Ajudou a nascer o curso de Comunicação da Universidade Federal do Ceará… Eita, mulher arretada!

Nem de longe  vislumbrava isso enquanto rabiscava seu jornalzinho manuscrito o MABS ( Maria Adísia Barros de Sá). Mas, se entretinha entre as letras e livros e dormia embalada ao som das rotativas, pois morava na rua que abrigava a maioria das oficinas dos jornais da época.

Ela acreditou, correu, suou, chorou. Fez acontecer, teve atitude. Conquistou espaço e reconhecimento.  A profa. Adísia e o Valmir Pereira são gigantes no que fazem seguir em frente e ter a certeza de que vale a pena lutar, mas que é preciso dor para passar além do Bojador, como escreveu Fernando Pessoa.