Bibliotecas comunitárias no Ceará
25 marProjeto motiva moradores a criarem bibliotecas
comunitárias em cidades do Ceará
O projeto Ler para Crer realiza oficinas itinerantes em municípios cearenses para sensibilizar moradores a implantarem bibliotecas comunitárias. Mais que reunir livros e periódicos num espaço com estantes e mesas, o modelo a ser construído deve refletir as demandas, histórias, memórias e manifestações sociais e culturais dos habitantes de cada lugar.
A primeira oficina aconteceu dias 14 e 15 de março em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. As próximas serão em Itaitinga (28 e 29 de março) e Redenção (24 e 25 de abril). A iniciativa é do Departamento de Ciências da Informação da Universidade Federal do Ceará, em parceria com Governo Federal – Ministério da Cultura e Ministério da Educação – e prefeituras dos municípios. O patrocínio é da Petrobrás.
A experiência surgiu de uma idéia do Prof. Tadeu Feitosa, chefe do Departamento de Ciências da Informação: a criação da Biblioteca Comunitária do Benfica, sediada na Área II do Centro de Humanidades no Campus do Benfica da UFC. Transformado em projeto de extensão, o Ler pra Crer, sob a coordenação da Profª. Lídia Eugênia Cavalcante, do Departamento de Ciências da Informação, começou ali e passou a realizar caravanas de professores e estudantes bolsistas e voluntários a municípios cearenses. Em dezembro passado, o projeto venceu o Edital Proext, do Minc, e agora as atividades se reforçam nos três municípios citados.
“O primeiro encontro é de sensibilização. Apresentamos a metodologia, damos assessoria e fazemos visitas de supervisão. Mas são as pessoas dos municípios que irão tocar o projeto.”, diz Lídia. Além do envolvimento direto da comunidade, ela considera importante também a oportunidade que universitários – bolsistas ou voluntários – têm de trabalhar a dimensão social. A estudante de Biblioteconomia, Laiana Ferreira de Sousa, diz que é “maravilhoso” participar. “Entender que na biblioteca comunitária os moradores podem entrar em contato com o acervo, produzir, participar de eventos”.
Fórum de Literatura do Estado do Ceará – FLEC
13 fev
“Vai dar meia-noite, Lemos!”
uma ata subjetiva da segunda reunião do
Fórum de Literatura do Estado do Ceará
Mais cadeiras ocupadas e devidos pensantes, mas, não ainda em profusão. Falta platéia e divulgação, não idéias e debates. Só a notícia via e-mail que o regimento interno estava pronto só aguardando análise e aprovação da assembléia geral, já mostrou que o Fórum não estava esvaziado. O conteúdo estava ali, bastava aos escritores e interessados alimentarem o movimento.
Carmélia Aragão ficou responsável em garantir que todos os presentes assinassem a lista de presença, enquanto Jorge Piero, ninguém entendeu ao certo buscava uma pinça de sobrancelhas. Vaidade? Segundo ele era apenas para consertar alguma ‘coisa’ do data show ou na tomada para ligar o notebook. Mas, não foi bem assim que a segunda reunião do Fórum de Literatura do Estado do Ceará – por economia FLEC – começou.
Aos 10 de fevereiro de dois mil e nove, realizou-se no salão Meireles do Ideal Clube a segunda reunião do Fó… Peraí porque ser um mero registro burocrático? Vinte e poucos presentes, alguns ausentes após uma hora de conversa. A pauta era técnica discutir ponto a ponto o regimento interno do fórum que foi elaborado por uma comissão provisória. “Por que regimento?” – logo interveio Lemos, um senhor de cabeça branca, de idéias muito frescas, novas e observações convenientes. Essa foi a primeira polêmica: regimento ou estatuto? Estatuto ou normas internas? Só ele para diferenciar tudo isso e nos convencer que eram Normas de funcionamento, que podiam ser provisórias ou não. “Há ainda questões que são transitórias”, ele repetia.
Em cada frase, parágrafo e artigos além das letras que se viam, discussões semânicas, técnicas, sentidos e implícitos. Pura análise de discurso. Um tal de enxugar texto, buscar significados, fugir das redundâncias, ser razoável. Ler as entrelinhas e excluir possibilidades de interpretações falhas. O peso do papel, das possíveis leituras além, deixar o próprio nome na história ao assinar a ata. Tamanha a responsabilidade de cada um, ali. Riscar palavras, reescrever trechos. Entre tantos artigos e parágrafos propostos, um consenso bem resolvido desde o início: apesar do apoio da Secult o FLEC é autônomo.