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Fórum de Literatura do Estado do Ceará – FLEC

13 fev

 

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“Vai dar meia-noite, Lemos!”

uma ata subjetiva da segunda reunião do

Fórum de Literatura do Estado do Ceará

Mais cadeiras ocupadas e devidos pensantes, mas, não ainda em profusão. Falta platéia e divulgação, não idéias e debates. Só a notícia via e-mail que o regimento interno estava pronto só aguardando análise e aprovação da assembléia geral, já mostrou que o Fórum não estava esvaziado. O conteúdo estava ali, bastava aos escritores e interessados alimentarem o movimento.

Carmélia Aragão ficou responsável em garantir que todos os presentes assinassem a lista de presença, enquanto Jorge Piero, ninguém entendeu ao certo buscava uma pinça de sobrancelhas. Vaidade? Segundo ele era apenas para consertar alguma ‘coisa’ do data show ou na tomada para ligar o notebook. Mas, não foi bem assim que a segunda reunião do Fórum de Literatura do Estado do Ceará – por economia FLEC – começou.

Aos 10 de fevereiro de dois mil e nove, realizou-se no salão Meireles do Ideal Clube a segunda reunião do Fó… Peraí porque ser um mero registro burocrático? Vinte e poucos presentes, alguns ausentes após uma hora de conversa. A pauta era técnica discutir ponto a ponto o regimento interno do fórum que foi elaborado por uma comissão provisória. “Por que regimento?” – logo interveio Lemos, um senhor de cabeça branca, de idéias muito frescas, novas e observações convenientes. Essa foi a primeira polêmica: regimento ou estatuto? Estatuto ou normas internas? Só ele para diferenciar tudo isso e nos convencer que eram Normas de funcionamento, que podiam ser provisórias ou não. “Há ainda questões que são transitórias”, ele repetia.

Em cada frase, parágrafo e artigos além das letras que se viam, discussões semânicas, técnicas, sentidos e implícitos. Pura análise de discurso. Um tal de enxugar texto, buscar significados, fugir das redundâncias, ser razoável. Ler as entrelinhas e excluir possibilidades de interpretações falhas. O peso do papel, das possíveis leituras além, deixar o próprio nome na história ao assinar a ata. Tamanha a responsabilidade de cada um, ali. Riscar palavras, reescrever trechos. Entre tantos artigos e parágrafos propostos, um consenso bem resolvido desde o início: apesar do apoio da Secult o FLEC é autônomo.

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Ano Patativa do Assaré

13 fev

“É mais manso e tem mais inteligência
Do que o sábio que trata de ciência
E não crê no Senhor da Natureza”

( Trecho de “O burro” )


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“Cá no sertão eu infrento
A fome, a dô e a misera.
P’ra sê poeta divera
Precisa tê sofrimento…”
(Cante lá que eu canto cá)

“Sem puder fazer escolha

De livro artificial,

Aprendi nas lindas folhas

Do meu livro natural”


A temática sertaneja com suas dores, fome e secura retratadas por quem sentiu na pele as cores do que é viver a realidade da seca. Versos que ganharam o mundo levando consigo a história de Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré. Li no Blog Liberdade Digital , que tramita na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal, um projeto do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) para instituir 2009 como Ano Nacional Patativa do Assaré. Este ano nosso poeta do povo faria cem anos, se vivo estivesse. Uma boa lembrança do político, já que não se vê por aí moção de qualquer homenagem ao Patativa.