Tag Archives: Literatura cearense

Ano Patativa do Assaré

13 fev

“É mais manso e tem mais inteligência
Do que o sábio que trata de ciência
E não crê no Senhor da Natureza”

( Trecho de “O burro” )


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“Cá no sertão eu infrento
A fome, a dô e a misera.
P’ra sê poeta divera
Precisa tê sofrimento…”
(Cante lá que eu canto cá)

“Sem puder fazer escolha

De livro artificial,

Aprendi nas lindas folhas

Do meu livro natural”


A temática sertaneja com suas dores, fome e secura retratadas por quem sentiu na pele as cores do que é viver a realidade da seca. Versos que ganharam o mundo levando consigo a história de Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré. Li no Blog Liberdade Digital , que tramita na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal, um projeto do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) para instituir 2009 como Ano Nacional Patativa do Assaré. Este ano nosso poeta do povo faria cem anos, se vivo estivesse. Uma boa lembrança do político, já que não se vê por aí moção de qualquer homenagem ao Patativa.

Debate esvaziado????

1 fev

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Cinco cadeiras ocupadas e pontos de interrogação mil. Na lista de presença: eu, Francílio Dourado, Roberto Gaspar, Lúcia Lustosa e um rapaz que não por querer esqueci o nome… A segunda reunião do Fórum Cearense de Literatura estava marcada para a terça-feira, dia 27 de janeiro.  Fiz questão de chegar antes da hora e fui surpreendida com os quatro colegas batendo papo enquanto esperavam alguém da Secult ou da Secultfor, ou ainda alguem livreiro,  editor, escritor, poeta… E nada!

A  conversa ficou interessante  cada um contado  suas experiências com as letras…   A risadaria ficou por conta dos s causos de Barbára de Alencar e Jovita Feitosa contados  com muitos detalhes pelo Roberto Gaspar.  Mas, nada de ninguém chegar. Cogitou-se que  a reunião fora cancelada devido a missa de sétimo dia do ex-prefeito Juraci Magalhães, depois devido ao secretário de cultura do estado Auto Filho teria viajado para participar do Fórum Social Mundial. Não sei ao certo o que houve mas, não foi comunicado nem mesmo por e-mail que não haveria reunião.

Todos que participaram da primeira reunião no dia 13 quando o Fórum foi instituído  deixaram registrados seus e-mails, porque alguém da secretaria não tratou de avisar que o evento fora cancelado?  Até como uma forma de respeito, um incentivo para quem quer incentivar a Literatura Cearense. Cá entre nós, mas bateu-me um desinteresse, será que realmente ainda haverá debate? Ou a conversa toda esvaziou-se? Onde estão todos? Onde está a comissão que foi formada para discutir o Estatuto? Teria sido mera utopia acreditar que daria certo ou que o assunto só terá a devida atenção quando passar o carnaval??? Não sei, mas vou continuar acompanhado tudo…

Crônica Visitante – Fórum de Literatura

1 fev

Há alguns anos, Murilo Martins e eu, fomos a Recife para um congresso de academias de letras do nordeste. Acorreu gente de diversos estados. Achei estranho que na noite da abertura à mesa diretiva só tivesse pernambucanos. Comentei com o Murilo. No dia seguinte, observei a mesma coisa. Só pernambucanos na direção das mesas e grupos de estudos e todos os demais nordestinos na platéia. Levantei-me e reclamei.  Foi um escarcéu. Conto este fato para dizer que, nesta semana, por iniciativa da Secretaria de Cultura do Ceará, houve uma reunião, previamente agendada, para se criar um Fórum de Literatura Cearense.

A conversa foi aberta, franca e todos tiveram vez. Não se agiu à moda pernambucana. Auto Filho parece ter auscultado o seu espírito gramsciano e agiu como um democrata.  A pauta foi discutida por todos, desde as secretarias de cultura do Ceará, de Fortaleza e de Maracanaú, academias Cearense e Fortalezense, grupos que publicam jornais culturais, autores, intelectuais, curiosos e até por membros do Clube do Bode, essa desinstituição – desinstituição mesmo – que comete cultura, vez por outra.

Pois bem, louvo o modo como todos se conduziram, sem pensar em hierarquia, discutindo, ponderando no todo e admitindo haver necessidade de repensar coletivamente a literatura cearense que, no dizer do Carlos Emílio Correia Lima, vanguardista e polêmico escritor, precisa se tocar e mostrar uma nova cara. Não dá mais para brincar de cultura e literatura, ou restringi-la apenas aos acadêmicos, tampouco se empanturrar com salgadinhos e bebidas em lançamentos contínuos de livros que são publicados e que não têm, na sua maioria, qualidade literária alguma.

É bom lembrar o célebre diálogo shakespeareano entre Polônio e Hamlet em que aquele pergunta a este: “O que estais lendo, meu Senhor?” Ao que Hamlet responde: “palavras, palavras, palavras”. Um aglomerado de palavras não é, necessariamente, um livro.  É bom que a fogueira das vaidades diminua suas chamas e a modéstia possa habitar as mentes dos que estão, a partir da tarefa delegada, incumbidos de  institucionalizar o Fórum, como elemento condutor de um novo tempo para a literatura cearense. Seja este ano de 2009, regido pelo sol, o astro a iluminar a nossa  equatorial terra comum e que, igualmente,  possa aquecer a imaginação de  todos os intelectuais e agentes da cultura,  encarregados da faina. Mãos à obra.

João Soares Neto

Publicado no Portal dos Amigos do Livro

Toma posse novo presidente da Academia Cearense de Letras

29 jan
O médico e escritor Pedro Henrique Saraiva Leão

O médico e escritor Pedro Henrique Saraiva Leão

O Ceará é berço fértil no cultivo das letras. Foi aqui, em 15 de agosto de 1894 que foi fundada a primeira academia de Letras do Brasil, a Academia Cearense de Letras. A ABL só foi concretizada 3 anos depois.  Segundo matéria publicada hoje no Diário do Nordeste,

“Ao contrário do que diz um pensamento corrente, a entidade não tinha uma inspiração nas academias francesas. O modelo tomado foi o da Academia das Ciências de Lisboa (que, curiosamente, tem a mesma sigla), fundada à época do Iluminismo. Foi só em 1922, com uma reorganização promovida por Justiniano de Serpa, que a entidade passa a ter 40 lugares e que são instituídos os patronos “.

Quem é Pedro Henrique Saraiva Leão

É médico e professor do curso de medicina da Universidade Federal do Ceará. Antes mesmo de ser universitário, já escrevia e publicava nos jornais dos Diários Associados. Em 1960, publicou o primeiro livro “12 poemas em inglês”.  Há 10 anos,  Pedro Henrique Saraiva Leão edita a revista da seção cearense da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, “Literapia”.  Aprofundou-se na poesia concreta, seguindo esta escola publicou: “Concretemas” (1983) e “Meus Eus” (1995).
De acordo com a entrevista, o novo presidente disse que pretende pôr em prática novos projetos, voltados para a memória da entidade e dos escritores que passaram por ela, além de uma maior aproximação com os leitores da cidade”. No entanto, algumas idéias dos ex-presidentes Arthur Eduardo Benevides e Murilo Martins devem ser aproveitadas, a começar pela restauração do prédio centenário.

Com informações do Caderno 3  do Diário do Nordeste de hoje.