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Escritores comentam a vida da escrita

28 jan

Neste vídeo da FLIP 2008, escritores falam sobre a profissão escritor…

Michel Laub, Emilio Fraia, Vanessa Barbara e Adriana Lunardi respondem a uma pergunta de João Moreira Salles:

Fonte: Blog da FLIP 2008

Uma espera tipográfica ou sobre como apagar lentamente os sonhos da escrita

24 jan
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Um flagrante de uma quase leitora em potencial

O sentimento seria o mesmo.  O sentimento seria REALMENTE o mesmo?  – Difícil precisar até para si mesma, nem mesmo procurando pelas reminiscências. Como saber que sensação teria  naquela época, após passados quase 20 anos ?  Que sabor doce, quantas batidas no coração, o brilho no olho pela conquista.

Para alguns poderia parecer algo tão ínfimo. Para ela não, relíquia pura, um desses tesouros sem preço definido em que se mostra aos amigos com orgulho. No entanto, com certos cuidados como não trazer à tona na hora das refeições, como durante o café para que ninguém ouse engordurar de manteiga ou sujar. Vá entender o valor de um jornal.

Quantas noites pediu ao Papai do Céu que fosse naquele domingo.  Acordava cedinho e pegava o jornal,  sobre a grama  do jardim.  E em um ímpeto egoísta, não anunciava a ninguém que o jornaleiro já passara. Simplesmente rasgava o saco plástico, ainda sentada na calçada  e  procurava pelo suplemento infantil.   Em vão. Uma paciência de Jó lhe faltava.  Quase um ano de espera e uma esperança miúda por demais, apertava por dentro. Tanto que só saiu publicada a redação, quando a pequena já descansara o entusiasmo. O que não a impediu de ter essa felicidade em mãos e guardada pelos olhos dentro do coração.

O texto escrito em caligrafia cuidadosa veio ao mundo em uma tarde de sábado, durante um concurso de Redação no Shoping Iguatemi. Tempos longínquos, final dos anos 80! Mas, foi algo que a marcou. Levou algum tempo para redigir, pensar nos diálogos,  buscar as palavras. Talvez a mãe tenha ido às compras e deixado a menina ali por enquanto, onde já se viu quebrar tamanha inspiração?

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Incentivos para escritores e o problema da má formação de leitores

21 jan

* Dei um controucêcontrouvê e colei a matéria na íntegra aqui. O texto levanta muitas questões, por isso grifei algumas partes.  Como um escritor pode sobreviver longe das prateleiras? O patrão é o leitor e todo escritor precisa ser lido, até mesmo porque ganhar dinheiro a partir de livros é privilégios para poucos neste país de “desletrados” – leia-se letrados desinteressados ou ‘desdinheirados’ por não acredito que o analfabetismo seja tão significativo hoje.

É verdade que todos os dias pipocam novos editais de incentivo a cultura. Mas, talvez o grande desafio ainda seja, principalmente para os novos ecritores, de como chegar ao público leitor.  Para muitos autores essa aproximação vem através da vitrine net, uma das funções das mídias eletrônicas, ditas alternativas ( Blogs), que tem o poder de interação e muitas vezes de publicação de livros muitas vezes até gratuitos. Vale tudo por um espaço na prateleira seja ela real ou não.

Incentivos permitem a autores sobreviver, mas longe das prateleiras

Bolívar Torres, Jornal do Brasil

RIO – O cenário já é conhecido: enquanto sobram escritores lançados à deriva no fluxo turbulento do mercado, faltam leitores. A equação que se repetiu em 2008 produz um resultado evidente. Salvas gloriosas exceções, é quase impossível para um artista viver de escrever no Brasil sem apoio do governo.

Os incentivos públicos para estimular a criação literária aumentaram, mas o mercado continua excluindo os novos escritores brasileiros.

Um exemplo é a Seleção Pública para Criação Literária: Ficção e Poesia, que distribuiu bolsas para 23 projetos de livro, dos quais cinco foram lançados já neste ano. Graças à bolsa, o poeta Heitor Ferraz, contemplado com o projeto do livro Um a menos, pode se dedicar com mais tranqüilidade à escrita, sem se desgastar em trabalhos paralelos.

Mas não sabe qual será o futuro do seu livro após a publicação.

Defesa de incentivo

– O edital da Petrobras é um projeto inédito que só vai poder ser avaliado mais para frente, mas que com certeza pede aperfeiçoamentos para diminuir a parte burocrática – avalia o autor.

Ferraz defende, além de um incentivo financeiro para quem escreve e a garantia de publicação, ser necessário haver uma ponte entre o autor e os leitores, como projetos de divulgação das obras publicadas.

– Ficaria triste se o lançamento fosse apenas um evento restrito para amigos – acrescenta.

– Ou seja, eu ganhei dinheiro público para escrever o livro, mas e daí? O livro não pode ir para a livraria para alguns poucos lerem…

A bolsa Funarte de Estímulo à Criação Literária também contemplou 10 escritores, dois de cada região do país. Cada autor recebeu R$ 30 mil para desenvolver um livro de poesia ou ficção.

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O valor do escritor

10 dez

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“Edmilson Caminha contou, no lançamento de seu livro, estorinha que fala do desapreço de nossa cultura por quem escreve. Na sala de aulas, o professor indagava das crianças o que faziam seus avós:

-O meu faz casas, é engenheiro.

– O meu faz operações, é médico.

– O meu faz tecidos, é dono de indústria!

Quando foi a vez do neto do dicionarista Aurélio Buarque de Holanda, ele respondeu:

-O vovô não faz nada. Passa o dia em casa, escrevendo”.

( Trecho extraído do livro :  Dicionário do Lustosa  – de algumas lembranças, indiscrições confessadas e fatais omissões, composto pelo jornalista Lustosa da Costa dos seus guardados de amizade e conhecimentos acumulados)