Paredes, papiros, manuscritos, mimeógrafos, Xerox, fanzines, blogs. Uma evolução com a mesma essência: registrar o conhecimento e disseminá-lo, uma tarefa muitas vezes ousada e proibida – alguns poetas marginais travestiam-se de pseudônimos.
Publicar um livro ainda não é tão simples quanto parece, quanto poderia se imaginar na modernidade. O quanto poderiam fazer por nós com computadores e as máquinas. Algumas experiências de publicar livros sob demanda na internet são inovadoras e até interessantes como a Fábrica de Livros e o Clube de Autores, mas esbarram ainda nos altos custos. No site Livros e Afins, o Alessandro Martins publicou uma boa pesquisa sobre isso.
Surgiram também os e-books. No entanto, nada como estar na vitrine de uma livraria. Nada como folhear as páginas, sentir o cheiro de papel novo, ler as orelhas. E até “curiar” alguns trechinhos e constatar se vale mesmo a pela levá-lo para a estante de casa.
Se a falta de dinheiro é problema, há quem descomplique. O escritor Alex Castro, que escreve no blog Libertário Libertino, lançou “Mulher de um homem só”, no dia 1 de agosto, em SP. Detalhe: para viabilizar a publicação, ele fez um “acordo público” com os leitores. Antes do lançamento ele decidiu vender 200 livros para bancar o restante da tiragem, com as seguinte condição: os leitores pagaram somente o quiseram a partir de um preço mínimo por livro de R$24,40 (R$18 + frete de R$4,40 + taxas PagSeguro 2,00), ao invés do preço normal de R$34,40, podendo entretanto pagar um valor que desejassem acima disso. Em troca, receberam o exemplar em casa e autografado e os nomes dos “mecenas” estavam no agradecimento do livro. Os exemplares foram numerados e o vendidos por valor em ordem descrecente, ou seja o mais caro foi o 001.
Vale ressaltar, que Alex Castro já é conhecido na web. O romance “Mulher de Um Homem Só” foi finalizado em 2001. Entre 2002 e 2006, esteve disponível na internet, foi baixado mais de 30 mil vezes e recebeu dezenas de resenhas favoráveis. Entre 2007 e 2008, foi enviado para várias editoras brasileiras, recebeu três nãos e dezenas de silêncios constrangedores. A estratégia nova parece ter dado certo.
O livro foi lançado em dois lugares diferentes em São Paulo e no Rio de Janeiro. No blog, o autor conta passo a passo a façanha e mostra os leilões do livro. Leitores de outros países que ofereceram até R$ 200 pela obra! E por curiosidade está guardando o número 171. “Se alguém quiser, fale comigo e faça um lance. Mas acho que não vendo por menos de R$100”, escreveu no blog.
Biografismos 
Boa dica.
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Mto interessante esse idéia de publicação.